Dragula

Rebeldia e horror pop em “Dragula” de Rob Zombie

Em “Dragula”, Rob Zombie faz uma conexão direta entre o universo do horror clássico e a cultura pop ao nomear a música com referência ao carro fúnebre da série "The Munsters". O veículo, chamado Dragula, simboliza rebeldia e transgressão, servindo como metáfora para atravessar e superar forças opressoras. O refrão — “Dig through the ditches and burn / Through the witches I slam / In the back of my Dragula” (Cavo valas e queimo / Atravesso as bruxas e bato / No banco de trás do meu Dragula) — traz imagens de destruição e perseguição, sugerindo uma espécie de purificação violenta e libertação dos limites impostos.

A letra é marcada por metáforas de morte e renascimento, como em “Dead, I am the one, exterminating son” (Morto, eu sou aquele, o filho exterminador) e “Dead, I am the sky, watchin' angels cry” (Morto, eu sou o céu, vendo anjos chorarem). Esses versos mostram uma figura que abraça o lado sombrio da existência e observa a queda da inocência. Referências a animais como o rato e o cão do inferno reforçam a ideia de instintos primitivos, enquanto “devil on your back” (diabo nas suas costas) sugere a presença constante da tentação. O trecho inicial, retirado do filme “The City of the Dead”, adiciona um clima de superstição e medo, conectando a música ao terror clássico. Assim, “Dragula” canaliza uma energia de libertação pelo caos, usando o horror como metáfora para desafiar normas e romper limites.