Paulo Brossard 2

Vivências e desafios urbanos em "Paulo Brossard 2"

Em "Paulo Brossard 2", Robacena Original utiliza a referência à rua Paulo Brossard não apenas como um ponto geográfico, mas como símbolo de pertencimento e identidade dos personagens. O título indica a continuidade de uma narrativa iniciada em uma faixa anterior, reforçando o vínculo com o cotidiano das ruas e a cultura local, onde nomes de ruas ganham significado próprio dentro das histórias do funk. Apesar de não ter relação direta com o político homônimo, a escolha do nome destaca a importância do território na construção das vivências retratadas.

A letra expõe o dia a dia de jovens envolvidos em atividades ilícitas, mostrando a adrenalina das fugas de moto e carro, a ostentação de veículos e a superação das expectativas negativas da sociedade: “Pra quem falou que não ia passar dos 18 / Hoje é o dom do toque em cima dos trambolho”. O trecho sobre o “rei do Tayme” e a homenagem ao parceiro Thales trazem à tona sentimentos de saudade e respeito, evidenciando a lealdade entre amigos mesmo diante de perdas. O verso “Mas nem imaginava o que se passava / Que muitos sorrisos virariam lágrima” ressalta a imprevisibilidade e o perigo constante desse universo.

O refrão e os versos finais abordam o uso de drogas como parte do cotidiano e da socialização: “Trago em cima de trago / Beck em cima de beck / Joga na seda o verdola / Faz a brisa dos muleke”. A narrativa de assaltos e confrontos com a polícia é apresentada de forma direta, sem romantização ou julgamento moral, construindo um retrato autêntico da vida na periferia, marcada por desafios, perdas e momentos de prazer, sempre com uma linguagem urbana e acessível.