Duas Taças

Ritual de despedida e saudade em “Duas Taças” de Roberta Miranda

Em “Duas Taças”, Roberta Miranda explora a dor da separação usando imagens que antes simbolizavam união. Logo no início, a cena das “duas taças brindando a um amor desfeito” mostra como um gesto de celebração se transforma em marca do fim, destacando a contradição entre o ritual e a realidade do término. A artista reforça esse sentimento ao mencionar “duas violas duetando a saudade desse grande amor”, indicando que até a música, que antes aproximava o casal, agora serve para expressar a solidão e a falta que ficou.

A letra revisita um relacionamento intenso, cheio de cumplicidade, mas também de contradições, como em “fomos tão fiéis, também infiéis”. Esse verso reconhece as imperfeições e ambiguidades do amor vivido. O trecho “você quem voou e quem ficou fui eu” revela o sentimento de abandono, enquanto “duas taças trincadas choram o meu pranto” simboliza a fragilidade emocional após o término. O relançamento da música no projeto “Infinito” reforça como essas emoções continuam atuais, mostrando que a dor da separação e a busca por sentido nas lembranças ainda tocam o público, mesmo anos depois da composição original.