Bolero, Nunca Mais

Ruptura e superação em "Bolero, Nunca Mais" de Roberta Miranda

Em "Bolero, Nunca Mais", Roberta Miranda utiliza a recusa em dançar boleros, expressa no refrão “Boleros nunca mais / Nunca mais / Há solidão em mim / Vou dançar sozinha / Boleros nunca mais!”, como um símbolo de rompimento com o passado amoroso. O bolero, tradicionalmente ligado a momentos de intimidade e romance, aqui representa memórias dolorosas e a solidão após o fim de um relacionamento. Ao rejeitar a dança, a protagonista marca sua decisão de não reviver antigas feridas, buscando se proteger emocionalmente.

A música, que é uma versão em português de "No More Boleros", reforça a ideia de encerramento de um ciclo e de tentativa de reconstrução pessoal. A letra traz sentimentos de saudade e desejo de reconciliação, como em “Peço a Deus / Por você, amor / Que não se vá” e “Vou guardar nosso amor aqui dentro de mim”. Apesar da esperança silenciosa de que o amor possa voltar, a solidão se impõe, especialmente nos versos “O que farei? / Sem seus olhos a olhar nos olhos meus / Os seus braços que me aqueceram / Não estão aqui”. Assim, a canção transforma a dança em metáfora para a transição entre o apego ao passado e a necessidade de enfrentar a solidão, retratando de forma sensível o luto amoroso.