Garçon

Solidão e cumplicidade no bar em "Garçon" de Roberta Miranda

"Garçon", interpretada por Roberta Miranda, explora a relação silenciosa e cúmplice entre o frequentador do bar e o garçom, que acaba se tornando um confidente involuntário das dores dos clientes. O personagem principal, devastado ao saber que seu grande amor vai se casar com outra pessoa, busca refúgio no bar, um ambiente onde a dor é compartilhada, mas também banalizada. Isso fica claro no verso: “no bar, todo mundo é igual / Meu caso é mais um, é banal”, mostrando que, embora cada sofrimento pareça único, ele se mistura a muitos outros relatos de desilusão presentes nesses lugares.

A letra tem um tom confessional, reforçado pela interpretação emotiva de Roberta Miranda, e revela a vulnerabilidade do personagem, que admite querer se embriagar para aliviar a tristeza: “Quero tomar todas, vou me embriagar / Se eu pegar no sono, me deite no chão”. O pedido ao garçom para ser deitado no chão caso adormeça mostra o grau de abandono e entrega à própria dor. Inserida no contexto do brega e sertanejo, a música retrata de forma sincera a solidão e a busca por consolo, mesmo que momentâneo, na companhia de desconhecidos e no álcool. "Garçon" fala tanto sobre a perda amorosa quanto sobre a necessidade de ser ouvido, mesmo que por alguém que “já cansou de escutar”.