Ternura

A dor da perda e o valor do afeto em “Ternura”

Em “Ternura”, Roberto Carlos expressa a perplexidade e a dor diante do fim de um relacionamento. A repetição da pergunta “Que foi que eu fiz pra que você me trate assim?” mostra a busca angustiada por explicações para o abandono, evidenciando o sentimento de injustiça e a dificuldade de aceitar a separação. O verso “Toda a ternura que eu lhe dei / Ninguém no mundo vai lhe ofertar” destaca o valor do carinho oferecido e a sensação de que esse amor dedicado foi rejeitado sem motivo claro, reforçando o tema da ingratidão.

A música tem um contexto especial: foi composta originalmente em inglês e adaptada por Rossini Pinto, tornando-se marcante na voz de Roberto Carlos e também na carreira de Wanderléa, apelidada de “Ternurinha”. Esse contexto amplia o significado da canção, associando a ternura não só à dor pessoal do término, mas também à ideia de que ela é um sentimento raro e precioso. Trechos como “Eu não suporto tanta dor, tanto sofrer” e “Já não suporta mais sofrer ingratidão” revelam a vulnerabilidade de quem se entrega por completo e, ao ser deixado, sente-se traído e sem respostas. Assim, “Ternura” traduz o sofrimento universal de quem enfrenta o fim inesperado de um relacionamento, marcado pela surpresa, tristeza e pela busca de sentido para a perda.