Não Adianta

Despedida madura e esperança em "Não Adianta"

"Não Adianta", de Roberto Carlos, retrata o momento em que o narrador decide encerrar um relacionamento marcado pelo sofrimento e pela falta de reciprocidade. A letra é direta ao mostrar a decisão de partir, como nos versos: “Se não existe nada então eu posso ir / Você me deixa triste não fico mais aqui”. Aqui, fica claro que insistir em um amor unilateral só prolonga a dor, e a escolha de ir embora é um ato de respeito próprio, mesmo que doloroso. O tom melancólico é reforçado pela percepção de que o outro não demonstrou empatia: “Se você não teve nem por um momento / Pena do meu pranto”.

Lançada em 1971, a música reflete uma fase de amadurecimento de Roberto Carlos, que, ao lado de Erasmo Carlos, buscava abordar temas mais profundos e pessoais. O contexto da época, de mudanças sociais e pessoais, aparece na letra, que vai além do lamento amoroso e sugere a busca por novos caminhos: “E talvez um dia nova alegria / Eu volte a sentir”. A referência ao “caminho onde muita gente triste já passou” mostra que a dor do término é comum, mas também faz parte do processo de superação. Assim, "Não Adianta" se destaca por tratar o fim de um relacionamento com honestidade e maturidade, sem idealizações, mas com esperança de renovação.