Primeira Dama

Metáforas políticas e afeto em “Primeira Dama” de Roberto Carlos

Em “Primeira Dama”, Roberto Carlos utiliza metáforas políticas para valorizar o relacionamento amoroso, criando uma atmosfera criativa e afetuosa. Ao se autodenominar “presidente do seu coração” e chamar a parceira de “primeira dama da minha vida”, o cantor transforma o cotidiano do casal em um universo onde o amor é a principal regra. O quarto do casal é descrito como um palácio, e o sentimento entre eles é apresentado como a força que governa esse espaço. Essa escolha de palavras destaca o papel central da mulher amada, colocando-a como figura de destaque e companheira essencial.

A letra traz um tom íntimo, especialmente em versos como “No palácio do meu quarto só o amor domina / Quando a sós aqui entre nós a noite não termina”. Expressões como “me esqueci do protocolo” e “te beijei à luz da lei de quem se ama” mostram como Roberto Carlos brinca com a formalidade do universo político para ressaltar que, no amor, as regras são ditadas pelo afeto. O fato de o cantor ter dedicado a música a Maria Rita, sua esposa, e de tê-la relembrado 25 anos após sua morte, reforça o caráter duradouro desse sentimento. Assim, “Primeira Dama” se torna não só uma declaração romântica, mas também um tributo à memória e à importância de Maria Rita em sua vida.