Dileta
Roberto Fioravanti
Nesta noite prateada
Minha eterna e doce amada
A chamar-te me insinua
Nos acordes desta lira
Que de amor geme e suspira
Ante o albor níveo da lua.
O rendado da neblina
Mais parece uma cortina.
Numa festa de noivado
A lua é a noiva bela
Recostada na janela
De um palácio constelado.
Desperta!
Vem matar o meu desejo.
A minh´alma vaga incerta
À procura do teu beijo.
Dileta!
Tu formosa e eu poeta,
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus.
A natura já me chama
O meu peito já reclama
A quentura dos teus seios.
Os astros são já escassos...
Vem sufocar-me em teus braços
Antes que eu morra de anseios.
As estrelas cintilantes
São lanternas dos amantes
Pelo espaço a flutuar.
Como Deus é inspirado!
Inventou para o pecado
Estas noites de luar.
Desperta!
Vem matar o meu desejo.
A minh´alma vaga incerta
À procura do teu beijo.
Dileta!
Tu formosa e eu poeta,
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus.
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