Propagas

Crítica social e busca por afeto em “Propagas” de Roberto Ribeiro

A música “Propagas”, de Roberto Ribeiro, utiliza a referência bíblica de Adão e Eva para ilustrar o desejo humano por companhia, sugerindo que até mesmo o primeiro homem preferiu o amor à perfeição do paraíso. Essa escolha conecta diretamente com a crítica à hipocrisia social presente na letra, especialmente quando o narrador questiona os motivos das fofocas e julgamentos: “Por que é que me propagas pelas ruas com prazer, se todo mundo sabe que é despeito de você”. Aqui, o despeito é apresentado como a verdadeira razão por trás dos rumores, indicando inveja ou ressentimento de quem espalha as histórias.

A canção também destaca a resiliência diante das decepções amorosas. O narrador reconhece ter encontrado “falsas mulheres maltratando corações”, mas mostra que não se deixou abater e segue em busca de carinho e afeto. O tom direto e descontraído da letra, reforçado por frases como “Quem é que não gosta de carinho, quem é que não gosta de ninguém”, evidencia que buscar o amor é algo natural e universal, e que ninguém deveria ser julgado por isso. Assim, “Propagas” combina crítica social, autodefesa e celebração da persistência no amor, mostrando que o desejo de amar e ser amado é inerente a todos, independentemente dos julgamentos alheios.