Fumo de Rolo

Tradição e folclore em “Fumo de Rolo” de Roberto Ribeiro

“Fumo de Rolo”, de Roberto Ribeiro, destaca elementos do folclore brasileiro ao trazer o Saci como personagem central em um encontro lúdico e simbólico. O Saci, figura conhecida por suas travessuras e por ser guardião das matas, pede “fumo de rolo pra mastigar”, o que remete à tradição oral e aos costumes do interior. Esse detalhe reforça o tom descontraído da música e sugere que, para adentrar certos espaços ou garantir boa sorte, é preciso respeitar rituais e tradições locais.

A letra acompanha o cotidiano de um trabalhador rural, que sai de Mariambu para pegar caranguejo em Piabetá, vende sua pesca na estrada do Cafundá e segue para Japeri buscar cipó, usado na confecção de utensílios típicos como caçuá, samburá e jacá. O uso de termos regionais e a descrição dessas atividades aproximam a música da cultura popular e do modo de vida simples do interior. O refrão, “Cadê meu fumo de rolo / Cadê meu rolo de axá / Se não trouxe engambelo / Não entra na mata senão vai ficar”, funciona como um aviso bem-humorado: quem não respeita os costumes locais pode acabar perdido na mata, seja por ação do Saci ou por não se integrar à cultura do lugar. Assim, a música valoriza a sabedoria popular, a importância dos rituais e a convivência com o folclore e a natureza.