Segunda
Rodrigo Alarcon
Santo de casa não faz milagre
E eu nasci nessa cidade
Com choro e sem vela
Meu pés empurram sua calçada
Tropeço em pedras, em corpos
E piso em cigarros
Quem foi que acendeu no céu da luz
Estrelas de múltiplos tons de azuis?
Ingrata beleza, disfarça tristeza
Imprime no rosto um sorriso
Difícil de sustentar
Sorria, sorria
Passa carro, o tempo vira
Tanta gente aqui devia estar dormindo
Tão bom sonhar aos domingos
Preso na beleza fria
De frente pra tela é só mais um dia
Sorria, sorria, sorria
Meus olhos vermelhos
Quem foi que acendeu no céu da boca
Estrelas com pontas que deixam a voz rouca?
Me põe sobre a mesa
Feito fere presa
Já antes das oito eu aviso
Não vai sobrar pro jantar
Bom dia, bom dia
Passa carro, o tempo vira
Passa carro, o tempo vira
Passa carro, o tempo
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