Tao
Tao
O Tao que ouvi dizerO Tao que ouvi dizer
Não é o eterno TaoNão é o eterno Tao
O nome que se lêO nome que se lê
Não é o eterno ser, masNão é o eterno ser, mas
Uma fome vemUm afã me vem
Um calor me dáUm calor me dá
Quando o nome, eu seiQuando o nome, eu sei
Já não posso me calarJá não posso me calar
No arco do olho entre os cílios do sol, pavãoNo arco do olho entre os cílios do sol, pavão
Na curva do rio que é tudo céu pagãoNa curva do rio que é turvo do céu pagão
Na linha dos ombros, as sombras, as dobras da mão, os vãosNa linha dos ombros, a sombra, as dobras da mão, os vãos
Se foi, todo amor é amor, o nome tãoSe foi tudo amor é amor o nome então
Fonte de milhares de coisasSource of a thousand things
O Tao é um copo vazioThe Tao is an empty cup
Derramado e nunca preenchidoPoured and never filled
Escondido nas profundezas e ainda acimaHidden deep and yet above
Antes que os Deuses pudessem dançarBefore the gods could dance
E agora diante dos meus olhosAnd now before my eyes
O Tao deve ser um relanceThe Tao must be a glance
Da doçura no sorriso delaOf the sweetness in her smile
No arco do olhoIn the arch of the eye
No olho do furacão que vêmIn the face of the storm above
Na curva de uma serra onde uma vez uma ponte nasceuIn the curve of a ridge where a bridge once was born
E queimou na linha dos lábios dela, dos lábios delaAnd burned in the line of her lips, her hips
Suas mãos feitas de argila, ela brincaHer hands made of clay, her play
Se tudo foi amorIf all was once love
Então amor é o nomeThen love is the name




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