Reflexão sobre o inefável e o cotidiano em “Tao”
Em “Tao”, Rodrigo Amarante parte de uma referência direta ao "Tao Te Ching" ao afirmar: “O Tao que ouvi dizer / Não é o eterno Tao”. Com isso, ele introduz o tema central da música: a impossibilidade de definir plenamente o Tao, conceito fundamental do taoismo que representa o princípio universal e inominável. A canção se desenvolve a partir dessa ideia, mostrando como o sentido profundo da existência e o divino se manifestam nos detalhes do cotidiano, como nas imagens “no arco do olho entre os cílios do sol, pavão” e “na curva do rio que é turvo do céu pagão”. Essas passagens reforçam a presença do sagrado em tudo, inclusive no que é comum ou imperfeito.
A alternância entre português e inglês amplia o alcance filosófico da música. Quando Amarante canta “The Tao is an empty cup, poured and never filled” (O Tao é uma taça vazia, servida e nunca cheia), ele reforça a ideia de que o Tao é inesgotável e nunca pode ser totalmente compreendido. Ao associar o Tao ao amor — “Se foi tudo amor é amor o nome então” e “If all was once love / Then love is the name” (Se tudo foi amor, então amor é o nome) —, Amarante sugere que o amor é a expressão mais próxima do mistério que permeia todas as coisas. Assim, “Tao” convida o ouvinte a enxergar o extraordinário no cotidiano e a aceitar a beleza do que não pode ser explicado por completo.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.




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