Cesteiros

A Vida dos Cesteiros: Uma Reflexão Sobre a Pobreza e a Dignidade

A música "Cesteiros" de Rodrigo Cuevas é uma reflexão poética sobre a vida dos artesãos que fabricam cestos, conhecidos como cesteiros. A letra, cantada em galego, destaca a simplicidade e a dureza da vida desses trabalhadores, que enfrentam a pobreza e a fome enquanto tentam vender seus produtos. A repetição da frase "Somos pobres cesteiros" reforça a identidade e a condição social dos personagens retratados na canção.

A fome é um tema recorrente na música, simbolizando a luta diária pela sobrevivência. A frase "Fame que teño, vaia por Dios! No sei se é fame ou será tos" sugere uma confusão entre a fome e a doença, indicando o grau extremo de privação que os cesteiros enfrentam. A metáfora "Porque este mundo foi feito al revés" critica a injustiça social e a inversão de valores, onde os trabalhadores honestos e dedicados são deixados à margem da sociedade.

Além disso, a música também aborda a dignidade e o orgulho dos cesteiros em seu trabalho. Mesmo em meio à pobreza, eles se orgulham da qualidade de seus cestos, como evidenciado nas linhas "E son bos cestos, e son, son, son / Que como os meus non hai ningún, non". A canção também faz uma crítica sutil à superficialidade da classe alta, representada pelas "señoritas" que observam os cesteiros de seus mirantes, alheias às dificuldades enfrentadas por eles. Rodrigo Cuevas, conhecido por seu estilo que mistura música tradicional com elementos contemporâneos, utiliza essa canção para dar voz aos marginalizados e destacar a beleza e a dignidade do trabalho artesanal.