Oh, Pretty Woman

Romantismo cotidiano e vulnerabilidade em “Oh, Pretty Woman”

“Oh, Pretty Woman”, de Roy Orbison, nasceu de uma situação cotidiana e bem-humorada: Bill Dees, amigo de Orbison, comentou que uma mulher bonita nunca precisa de dinheiro quando Claudette, esposa do cantor, saiu para fazer compras. Esse episódio inspirou a letra, que transforma o simples ato de ver uma mulher passando na rua em uma declaração direta de admiração e desejo. O tom leve e descontraído da música aparece em versos como “Pretty woman, the kind I'd like to meet” (Mulher bonita, do tipo que eu gostaria de conhecer) e “Are you lonely just like me?” (Você está sozinha, assim como eu?), mostrando um flerte aberto, mas também uma vulnerabilidade sincera e a esperança de ser correspondido.

A estrutura da letra é simples, quase como um diálogo interno, em que o narrador expressa seu desejo e medo de rejeição, especialmente nos versos “Pretty woman, don't walk on by / Pretty woman, don't make me cry” (Mulher bonita, não passe direto / Mulher bonita, não me faça chorar). O final, com a mulher voltando, traz alívio e felicidade, reforçando a identificação com situações comuns de atração e expectativa. Embora a canção não traga metáforas complexas ou sentimentos exagerados, o contexto da vida pessoal de Orbison — marcada por tragédias — adiciona uma camada de melancolia para quem conhece sua história, tornando o romantismo simples da música ainda mais tocante.