Sereia

Tradição e infância no folclore de “Sereia” de Rubinho do Vale

A música “Sereia”, de Rubinho do Vale, destaca a forte presença do folclore e das tradições populares do Vale do Jequitinhonha, região natal do artista. A repetição da palavra “sereia” e a estrutura simples dos versos remetem às cantigas de roda e brincadeiras infantis, tornando a canção acessível e envolvente, especialmente para o público infantil. A letra faz referência ao cotidiano rural, como em “morava na areia” e “me mudei para o sertão”, sugerindo mudanças de ambiente e experiências, algo comum nas histórias populares que misturam fantasia e realidade.

A canção utiliza metáforas suaves para expressar sentimentos de descoberta e afeto, como no verso “Aprendi a namorar, sereia / Com aperto de mão”, valorizando gestos simples e puros. A comparação entre as estrelas que “correm atrás da noite” e o desejo de “correr atrás do bem querer” aproxima o universo infantil do mundo dos sentimentos, mostrando como a busca pelo amor e pela amizade é natural, assim como os movimentos da natureza. Elementos como o “cajueiro pequenino” e a “fonte” reforçam a ligação com o ambiente rural e a valorização das pequenas alegrias do dia a dia. Ao citar “dona Rosane” e sua “quina fina na janela”, a música traz um toque de mistério e respeito, típico das histórias de comunidades pequenas, onde cada personagem tem seu valor e privacidade. Assim, “Sereia” celebra a simplicidade, a imaginação e o afeto presentes na cultura popular mineira.