Apodo (part. Grupo Frontera)

Desilusão e desapego em "Apodo (part. Grupo Frontera)"

"Apodo (part. Grupo Frontera)", de Ryan Castro, aborda o contraste entre a intensidade dos sentimentos de uma pessoa e a indiferença da outra após o fim de um relacionamento. Logo no início, o verso “Está cabrón que para ti sea nada lo que pa' mí fue algo” (“É foda que para você não seja nada o que para mim foi algo”) deixa claro o quanto o protagonista se sente desvalorizado. O termo "apodo" (apelido) é usado como metáfora para mostrar como o relacionamento foi minimizado, tratado como algo superficial e sem importância real pela outra parte.

A letra destaca a ironia de momentos que pareciam significativos, como “Casi nos casamos en Londres” (“Quase nos casamos em Londres”), mas que agora são negados ou ignorados. O refrão reforça essa ideia ao repetir que tudo foi reduzido a “casi algo, una locura, un polvito, una aventura” (“quase algo, uma loucura, um sexo, uma aventura”), mostrando como a outra pessoa tenta reescrever a história como algo passageiro. O protagonista, por outro lado, lembra dos apelidos carinhosos e sente a diferença de percepção sobre o que viveram. A música também aborda a dificuldade de lidar com boatos e comentários após o término, como em “Te hablan mal y al DM me tiran” (“Falam mal de você e me mandam mensagem no direct”). Apesar da mágoa, há uma tentativa de seguir em frente, expressa em “A querer a nadie se obliga / Si se va, Dios me la bendiga” (“Ninguém é obrigado a amar / Se ela for embora, que Deus a abençoe”).

A fusão de reggae e norteño, inspirada nas vivências de Ryan Castro no Caribe, traz leveza ao ritmo, contrastando com o peso emocional da letra. O cenário costeiro do videoclipe reforça essa mistura de culturas e sentimentos, tornando "Apodo" uma reflexão sobre como um grande amor pode ser reduzido a algo pequeno na memória de quem não sentiu o mesmo.