3S (part. Enzo from the Block)

Ambição e identidade multicultural em “3S (part. Enzo from the Block)”

Em “3S (part. Enzo from the Block)”, Ryu, The Runner expressa uma ambição que vai além das colaborações tradicionais do rap. O verso repetido “Alguém fala pra Nath Fischer, eu quero mais que um feat” mostra o desejo do artista por reconhecimento e conquistas que superem o padrão do mercado musical. A participação de Enzo from the Block, com versos em francês como “L'frère Ryu, le Runner m'appelle, il m'sort: Enzo, cheguei em Paris” (O irmão Ryu, o Runner me chama, ele diz: Enzo, cheguei em Paris), destaca a mistura de influências culturais e a conexão internacional, algo cada vez mais presente no rap underground brasileiro.

A letra aborda temas como sucesso financeiro, independência e ostentação, evidenciados em frases como “Mais de cinquenta mil por mês há meses” e “No segundo disco de platina”. O tom autoconfiante aparece nas referências ao consumo de haxixe e maconha, além da postura de desprezo por relacionamentos sérios e pela opinião dos outros, como em “Namoro, eu não pretendo” e “J'ai pas l'temps des embrouilles, les gossip d'internet” (Não tenho tempo para confusões, as fofocas da internet). A expressão “Surpresa, sucesso, sublime” funciona como um mantra, resumindo o espírito da faixa: celebrar conquistas inesperadas, o prazer do sucesso e a busca por uma vida autêntica e extraordinária. O uso de gírias, menções a marcas de luxo e a valorização da própria trajetória reforçam a narrativa de ascensão e autossuficiência, enquanto a fusão de idiomas e referências culturais amplia a identidade dos artistas.