GRG (part. Neckklace)

Ostentação e ironia em “GRG (part. Neckklace)” de Ryu, The Runner

O título “GRG (part. Neckklace)”, sigla para “Gelo, Red e Gin”, já indica o clima da música: festas, ostentação e consumo de bebidas, temas centrais no trap nacional. O refrão reforça a ideia de que mulheres querem fazer parte desse universo de luxo, enquanto a “tropa” do artista chama atenção por onde passa, destacando poder e status. Marcas como Balenciaga, Puma Jeans e Louis Vuitton, além de referências a caviar e ao hotel Fasano, ampliam a narrativa de ascensão social e consumo sofisticado, elementos típicos do gênero.

A letra traz jogos de duplo sentido e ironia, como em “Tô com a bomba, eu não sou do Hamas”, onde “bomba” pode significar algo impactante ou de destaque, ao mesmo tempo em que o artista nega qualquer ligação literal com o grupo Hamas. A citação a “Hannah Montana” sugere uma mulher com vida dupla ou personalidade agitada, enquanto “vejo negos falsos, são iguanas” compara pessoas falsas a iguanas, animais conhecidos por mudar de aparência. O tom descontraído aparece em frases como “eu caguei pra aquela diss” e “deixei quase meu rim”, mostrando desprezo por críticas e o preço alto do luxo. No geral, “GRG (part. Neckklace)” celebra o hedonismo, a autoconfiança e a irreverência, ironizando e desafiando quem tenta competir com o grupo do artista.