Eu Vim Só
S. Turmalina
Eu vi as ondas se formarem na cabeça da ideia
Eu vi a luz que entra pela fresta da sua janela
E as marés que a Lua inventa movimentam nossa preza
E tudo isso se encontrava mesmo quando eu não estava
E são as águas, as estradas, são os ventos e os sóis
Que colorem os vestígios da sua mágoa e do meu mal
E é a voz do horizonte que sustenta esse paiol
E meu capricho, meu semblante, o reinício e um sinal
De mim a vida espera e ela eu não pude esperar
E as manhãs aqui estavam quando eu mesmo adormecido
Esquecido por um trago, por um rasgo nesse sítio
Esquisito eu reinvento a pedra, a perda, o ouro e o vício
Espelha-se o universo os canto sujo da tua mente
Entre as queixas saturadas e as ideias corroídas
A memória da ferida faz visita, é estriquinina
E eu vi as ondas se perderem nas ideias da cabeça
Cantei
Encabulado pelo caos
Inebriado no amanhã
Entre a normose a sensação
Cantei
Inebriado pelo caos
Encabulado no amanhã
Depois do luto a sensação
Eu vim só
E aqui voltei
Sem lembrar de mim
Eu vim Sol
E agora eu sei
Eu voltei enfim
Eu voltei pra mim
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