Like I Can

A singularidade do amor em "Like I Can" de Sam Smith

Em "Like I Can", Sam Smith expressa com intensidade a ideia de que ninguém poderá amar a pessoa desejada com a mesma autenticidade e profundidade que o próprio narrador. No trecho “He could be a sinner, or a gentleman... But he'll never love you like I can” (“Ele pode ser um pecador ou um cavalheiro... Mas ele nunca vai te amar como eu posso”), fica claro que, independentemente das qualidades ou do status dos outros pretendentes, o sentimento do narrador é único e insubstituível. Essa comparação constante reforça tanto o desejo quanto a autoconfiança, colocando o narrador em destaque e questionando as escolhas da pessoa amada: “Why are you looking down all the wrong roads? When mine is the heart and the salt of the soul” (“Por que você está olhando para todos os caminhos errados? Quando o meu é o coração e o sal da alma”). A expressão “salt of the soul” sugere sinceridade e profundidade, indicando que o amor oferecido é genuíno e essencial.

O contexto do álbum "In the Lonely Hour" e as declarações de Sam Smith sobre o amor não correspondido ajudam a entender a vulnerabilidade presente na letra. O verso “We both have demons, that we can't stand / I love your demons, like devils can” (“Nós dois temos demônios, que não suportamos / Eu amo seus demônios, como só os demônios podem”) mostra uma aceitação das imperfeições do outro, algo que o narrador acredita que mais ninguém seria capaz de oferecer. A repetição do refrão funciona como uma tentativa de convencer a pessoa amada — e talvez a si mesmo — de que esse amor é incomparável. A versão com Aitana, que traz o espanhol para a canção, amplia ainda mais a universalidade desse sentimento, mostrando que o desejo de ser único para alguém ultrapassa idiomas e culturas.