Pray (remix) (feat. Logic)

Fé, dúvida e aceitação em "Pray (remix) (feat. Logic)"

"Pray (remix) (feat. Logic)", de Sam Smith, explora a vulnerabilidade diante do desconhecido e a busca por sentido em meio ao caos. Sam Smith revela sua relação ambígua com a fé, admitindo que nunca acreditou, mas sente a necessidade de orar. Essa dualidade fica clara em versos como “I block out the news, turn my back on religion” (Eu ignoro as notícias, viro as costas para a religião) e “I lift up my head and the world is on fire” (Eu levanto a cabeça e o mundo está em chamas), mostrando alguém que tenta se proteger do sofrimento global, mas acaba sendo afetado por ele. O contexto da viagem de Smith a Mosul, onde presenciou os impactos da guerra, intensificou seu questionamento sobre o mundo e sua própria ignorância diante do sofrimento alheio.

Logic acrescenta à música reflexões sobre identidade e aceitação. Em “Heaven want to cast me out for being me / I know there's others like me that'll break the fall” (O paraíso quer me expulsar por eu ser quem sou / Eu sei que há outros como eu que vão amortecer a queda), ele aborda o sentimento de exclusão e a esperança de encontrar apoio em pessoas que compartilham suas lutas. A repetição do pedido por um diálogo direto com o divino (“Can we have a one-on-one, please?” – Podemos ter uma conversa a sós, por favor?) e a afirmação de que “everyone prays in the end” (todo mundo reza no final) reforçam a ideia de que a busca por esperança e redenção é universal, independentemente da crença. O videoclipe, com símbolos como o cavalo branco, amplia o clima de busca espiritual e redenção, tornando a música um convite à reflexão sobre fé, aceitação e humanidade.