Unholy (feat. Kim Petras)

Segredos e desejos proibidos em “Unholy (feat. Kim Petras)”

“Unholy (feat. Kim Petras)”, de Sam Smith, explora de forma direta e provocativa o tema da infidelidade, usando o clube de strip-tease “The Body Shop”, em Los Angeles, como cenário central. O refrão, “Mummy don't know daddy's getting hot at the body shop, doing something unholy” (“Mamãe não sabe que o papai está esquentando no clube de strip-tease, fazendo algo impuro”), evidencia o contraste entre a fachada de uma família tradicional e a vida dupla do marido, que busca prazer fora do casamento enquanto mantém as aparências em casa.

A música adota um tom ousado, refletido tanto na letra quanto no contexto de criação. Sam Smith descreveu o processo como libertador, destacando a ideia de se livrar dos segredos alheios. Kim Petras traz a perspectiva de quem se beneficia da situação, como nos versos “Give me love, give me Fendi, my Balenciaga daddy” (“Me dê amor, me dê Fendi, meu papai Balenciaga”), mostrando relações baseadas em troca de favores e luxo, sem envolvimento emocional. As referências a marcas de luxo e à Rodeo Drive reforçam o caráter materialista dessas relações. A música também utiliza duplos sentidos e metáforas sexuais, como “she be popping it” e “put it down slowly” (“ela está rebolando” / “coloque devagar”), ampliando o clima de transgressão.

O videoclipe e as apresentações ao vivo, marcados por uma estética erótica e referências consideradas “satânicas” por críticos conservadores, intensificaram o debate sobre moralidade e liberdade sexual. No entanto, a intenção dos artistas é desafiar tabus e expor hipocrisias sociais, transformando “Unholy” em um manifesto pop sobre segredos, desejos proibidos e a busca por libertação dos padrões morais impostos.