Portela 2025 - Toninho Geraes e Cia

Homenagem a Milton Nascimento em “Portela 2025 - Toninho Geraes e Cia”

A música “Portela 2025 - Toninho Geraes e Cia”, interpretada por Samba Concorrente, presta uma homenagem marcante a Milton Nascimento, unindo a tradição do samba-enredo à celebração da trajetória do artista. A letra destaca a importância de Milton como símbolo da cultura afro-brasileira e da miscigenação nacional. O verso “Bendita esquina onde Oxalufã / Humanizou sua voz” faz referência à influência das religiões de matriz africana e à espiritualidade presente na obra de Milton, associando sua voz à figura de Oxalufã, orixá ligado à paz e à sabedoria. Já o trecho “Negra obra prima, emissão divina / Encarnou nas Minas” ressalta tanto a origem mineira do cantor quanto sua representatividade negra e o reconhecimento quase sagrado de seu talento.

A canção utiliza imagens que remetem à trajetória de Milton, como em “Aura incandescente, arrastando gente / Que sente a alma do compositor”, sugerindo o poder de mobilização e inspiração de sua música. O samba também cita músicas emblemáticas do homenageado, como “Maria, Maria”, “Coração de Estudante” e “Morro Velho”, integrando-as ao enredo da Portela. O verso “O que será que seria o Brasil sem você?” evidencia a influência de Milton na cultura nacional, enquanto “Se Deus tivesse voz / Seria a voz de Milton Nascimento”, frase famosa de Elis Regina, sintetiza o respeito e admiração pelo artista. Ao final, a menção a “Sebastião” (nome de batismo de Milton) e “os tambores das gerais” reforça a ligação com Minas Gerais e a ancestralidade afro-brasileira, celebrando a genialidade do homenageado em clima de devoção e festa.