União de Maricá 2020 - Jotapê e Cia

A Força da Resistência e da Cultura Afro-Brasileira em 'União de Maricá 2020'

A música 'União de Maricá 2020 - Jotapê e Cia', interpretada pelo Samba Concorrente, é uma celebração da resistência e da cultura afro-brasileira. A letra começa evocando a memória dolorosa da escravidão, com referências ao 'tronco e a chibata', mas rapidamente se transforma em um hino de liberdade e esperança. A 'voz que a liberdade um dia conquistou' e a 'luz do candeeiro' simbolizam a persistência e a resiliência do povo negro, que, apesar das adversidades, mantém viva sua fé e suas tradições.

A canção também faz uma homenagem às Yabás, divindades femininas do candomblé, e aos babalorixás, sacerdotes das religiões afro-brasileiras. A menção a figuras históricas como Tia Ciata, uma das matriarcas do samba, e a referência à Pequena África, região do Rio de Janeiro que foi um importante centro de cultura negra, reforçam a importância da ancestralidade e da preservação das raízes culturais. A letra destaca a capoeira, a vadiagem e a Praça Onze, locais e práticas que são símbolos de resistência e identidade cultural.

O refrão da música é um grito de união e resistência. 'Meu samba é a força que nasce da raça, o canto da massa, ninguém irá calar' expressa a determinação de um povo que, através da arte e da cultura, encontra formas de sobreviver e resistir. A música termina com uma poderosa afirmação de negritude, união e consciência, destacando Maricá como um novo centro de resistência cultural. A mensagem é clara: a luta pela preservação da cultura e pela igualdade continua, e o samba é uma das suas principais armas.