Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 2004

Amazônia e colonização em “Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 2004”

O samba-enredo “Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 2004” aborda de forma clara a dualidade entre a exploração colonial e a valorização da riqueza cultural e natural da Amazônia. Logo no início, versos como “A ambição cruzou o mar / Trazida pelo invasor / A Espanha veio explorar / Pilhar e semear a dor” fazem referência direta à chegada dos colonizadores espanhóis e ao impacto negativo da colonização na região. Esse ponto central do enredo da Beija-Flor em 2004 destaca a crítica à exploração e à violência sofrida pelos povos amazônicos.

Em contraste, a letra exalta a Amazônia como “Terra Santa”, ressaltando seu papel como fonte de equilíbrio, paz e alimento. Elementos míticos e culturais, como a lenda de Iara em “Verde paraíso é onde Iara me seduz com seu cantar”, conectam a música às tradições indígenas e à riqueza das lendas locais. Termos como “guaraná”, “Maués”, “Manaus” e “Mamirauá” reforçam a diversidade de povos e recursos naturais da região. A expressão “Viva a Paris Tropical” faz alusão ao período de prosperidade de Manaus durante o ciclo da borracha, quando a cidade era símbolo de luxo. O refrão “Se Deus me deu vou preservar / Meus filhos vão se orgulhar / A Amazônia é Brasil, é luz do criador” sintetiza a mensagem de responsabilidade, orgulho e preservação, incentivando o reconhecimento da importância da floresta para o Brasil e para o mundo.