Império Serrano - Samba-Enredo 1983

A Celebração da Mãe Baiana no Samba-Enredo do Império Serrano

O samba-enredo do Império Serrano de 1983, intitulado 'Mãe, Baiana Mãe', é uma ode à figura materna representada pela baiana, uma figura central na cultura e na história do samba. A letra começa com um convite à folia, simbolizando a abertura do carnaval e a liberação da alegria e da euforia. A musa vestida de verde e branco, cores do Império Serrano, transforma o pranto em canto, uma metáfora para a superação das dificuldades do dia a dia através da celebração e da música.

A figura da mãe baiana é exaltada como um símbolo de calor, conforto e proteção. A letra expressa um desejo profundo de se refugiar no colo materno, um lugar de segurança onde a dor é isolada. A mãe baiana é também uma representação da ancestralidade e da herança cultural, com referências à influência africana no sangue e na cor do povo brasileiro. Termos como 'abará', 'acarajé' e 'capoeira' evocam a rica tradição afro-brasileira, enquanto 'Okolofé mamãe' e 'Kolofé-lorum' são saudações de respeito e reverência.

A canção também homenageia Tia Ciata, uma figura histórica importante para o samba, reconhecida por seu papel na alimentação e no crescimento do gênero musical. A baiana é glorificada, seu pedestal é belo, e seu carinho maternal é implorado. A letra celebra a baiana não apenas como uma mãe, mas como uma guardiã da cultura e da tradição, cujo requebro e samba enfeitiçam e encantam. Assim, o samba-enredo do Império Serrano de 1983 é uma celebração vibrante e respeitosa da figura materna e da herança cultural afro-brasileira.