Mangueira - Samba-Enredo 2002

Identidade nordestina e resistência em “Mangueira - Samba-Enredo 2002”

O samba-enredo “Mangueira - Samba-Enredo 2002” destaca a valorização da identidade nordestina e a celebração da resistência do povo do Nordeste. O título, ao brincar com as grafias “Brazil” com Z e “Brasil” com S, contrapõe a visão estrangeira à afirmação do orgulho nacional, especialmente do Nordeste. A expressão “cabra da peste” aparece para exaltar a coragem e a força típicas da região. A letra também faz referência a ritmos como forró e xaxado, além de mencionar o “chão rachado”, simbolizando tanto as dificuldades do sertão quanto sua riqueza cultural. Assim, a Mangueira se coloca ao lado dessa trajetória de luta e superação.

A música ainda homenageia figuras e símbolos marcantes do Nordeste, como Padre Cícero (“Padim, Padre Ciço, faça chover alegria”) e Iemanjá, mostrando a mistura de religiosidade católica e afro-brasileira. Festas tradicionais, como a lavagem do Bonfim, também são lembradas. O verso “Pau-de-arara nunca mais” faz referência ao sofrimento das migrações forçadas, expressando o desejo de um futuro mais digno para os nordestinos. Ao longo do samba, a Mangueira se apresenta como parte dessa celebração, trazendo a memória de Cartola e a energia do carnaval para homenagear a cultura, as lendas e a esperança do Nordeste, reforçando a ideia de que o Brasil, com S, é feito de diversidade, resistência e alegria.