Mocidade Alegre - Samba-Enredo 2003

A Força da Água e a Cultura Iorubá no Samba-Enredo da Mocidade Alegre

O samba-enredo da Mocidade Alegre de 2003, intitulado "Omi" O Berço da Civilização Iorubá, é uma celebração vibrante e rica da cultura e espiritualidade iorubá, com um foco especial na importância da água. A letra começa exaltando a água como uma fonte de vida, paixão, cultura e axé, elementos fundamentais na tradição iorubá. A água é descrita como uma essência da criação, um símbolo de amor e fé, e é associada a Oxalá, uma das divindades mais importantes do panteão iorubá.

A narrativa do samba-enredo aborda a traição e a vingança de Odúduá, uma figura central na mitologia iorubá, que, ao não receber a oferenda devida, decide espalhar a terra, dando origem à nação iorubá. Este ato de criação é descrito como um milagre, com o homem sendo moldado a partir do barro. A letra também menciona Nanã Buruké, uma divindade associada ao ciclo da vida e à governança das águas turvas, e Yemanjá, a rainha das águas, cujas lágrimas formam o rio-mar. Essas referências sublinham a importância das divindades femininas e da água na cosmogonia iorubá.

O samba-enredo continua exaltando Oxum, a senhora da realidade, da riqueza, do amor e da fertilidade, reforçando a ideia de que a água é fundamental para a vida e a prosperidade. A letra termina com um chamado à celebração do carnaval, destacando a água como um elemento essencial para vencer o mal e trazer alegria. A Mocidade Alegre, com sua interpretação vibrante e cheia de fé, convida todos a mergulharem na riqueza cultural e espiritual da tradição iorubá, celebrando a vida e a criação através da água.