Paraíso do Tuiutí - Samba-Enredo 2025

Resistência e Identidade no Samba-Enredo 'Paraíso do Tuiutí 2025'

A música 'Paraíso do Tuiutí 2025' é um samba-enredo que aborda temas de resistência, identidade e diversidade. A letra começa com um apelo contra o julgamento baseado em características pessoais como a orientação sexual, a cor da roupa ou a fé professada. Esse trecho inicial já estabelece um tom de resistência contra preconceitos e discriminações, afirmando a autonomia e o desejo pessoal do eu lírico.

O eu lírico se identifica como 'Manicongo', uma referência histórica aos reis do Congo, simbolizando a ancestralidade africana e a dualidade de carregar dois mundos no ombro. Essa dualidade é uma metáfora para a experiência de ser afrodescendente no Brasil, um país com uma história complexa de colonização e escravidão. A letra também menciona práticas religiosas de origem africana, como 'Jimbanda' e 'Nganga', reforçando a conexão com as raízes africanas e a resistência cultural.

A música também aborda a luta contra a opressão e a marginalização. Termos como 'bicha, invertida e vulgar' e 'a voz que calou o Cis tema' destacam a resistência da comunidade LGBTQIA+ e a luta contra o sistema cisnormativo. A menção a figuras como 'Navalha, a da Praia e a Padilha' e a 'Mavambo' reza na mesma cartilha' simboliza a união e a força das minorias perseguidas. O eu lírico se identifica como travesti e se coloca na linha de frente contra a violência, representada pela 'chacina'. O samba-enredo termina com um chamado à consciência humana e à celebração das culturas afro-brasileiras, utilizando termos do Pajubá, um dialeto usado pela comunidade LGBTQIA+.

'Paraíso do Tuiutí 2025' é uma poderosa declaração de identidade e resistência, celebrando a diversidade e a luta contra a opressão em suas múltiplas formas.