Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 2016

Sincretismo e respeito em "Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 2016"

"Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 2016" destaca o sincretismo religioso ao unir referências a orixás africanos, como Xangô e Oxum, com santos do cristianismo, como São João Batista e Nossa Senhora Aparecida. Essa fusão vai além da estética e transmite uma mensagem de tolerância e respeito entre diferentes crenças, refletindo o tema do desfile da Viradouro, que celebrou a convivência pacífica e a união dos povos. O trecho “São João Batista que me batizou / É o protetor da minha Viradouro” mostra como elementos das tradições africanas e cristãs se misturam na identidade cultural brasileira.

A narrativa acompanha Ogundana, o Alabê de Jerusalém, personagem inspirado na ópera de Altay Veloso, que viaja por terras sagradas e retorna ao Brasil como mensageiro da paz e da harmonia. Ao afirmar “Vim falar de amor / De tolerância e igualdade”, a letra reforça o papel do Alabê como símbolo de esperança e diálogo entre culturas. O samba também alerta contra a intolerância religiosa, especialmente no verso “Cuidado com a intolerância / Tu és a pátria da esperança”, ressaltando a responsabilidade do Brasil, país marcado pela diversidade, em preservar a convivência respeitosa. A menção a Olorum, divindade suprema do candomblé, no final da música, reforça a ideia de que a força do país vem dessa herança espiritual plural, celebrada com respeito e alegria no carnaval.