Vai-Vai - Samba-Enredo 2025

A celebração de Zé Celso em “Vai-Vai - Samba-Enredo 2025”

A letra de “Vai-Vai - Samba-Enredo 2025” destaca a união entre a história da escola de samba Vai-Vai e a trajetória inovadora de Zé Celso Martinez Corrêa. O samba utiliza imagens como “banquete cultural profano” e “deglutição bacante” para mostrar como Zé Celso absorvia e reinventava a arte, conectando o espírito provocador do Teatro Oficina à energia libertária do carnaval. As referências ao “xamã” e ao “Exu” reforçam a ideia de Zé Celso como um guia espiritual e transgressor, alguém que, assim como Exu nas religiões afro-brasileiras, atravessa fronteiras e desafia limites, trazendo à tona verdades mesmo em tempos de repressão e caos.

A letra também valoriza o orgulho negro e a ancestralidade do Bixiga, bairro onde estão a Vai-Vai e o Teatro Oficina, em versos como “Sou chão quilombola da escola do povo” e “Quilombo Saracura! Evoé! Saravá!”. Essa ligação entre território, cultura e resistência é central para o enredo, unindo a história da escola à luta e ousadia de Zé Celso. O samba exalta a coragem de sonhar e desafiar a ordem, como em “Na ousadia da liberdade / Tropicalista na vadiagem / No caos, repressão, entra em cena a coragem”, alinhando-se à tradição inovadora do artista e à missão da Vai-Vai de valorizar temas sociais e culturais. Ao pedir “Volta, Zé... Ao som da minha batucada / Assina a direção dessa folia popular”, a escola convida o espírito de Zé Celso a comandar a festa, eternizando sua influência no carnaval e na cultura brasileira.