O Mundo ao Norte

A Voz da Zona Norte: Reflexões e Realidades em 'O Mundo ao Norte'

A música 'O Mundo ao Norte' do rapper Sant é um retrato cru e sincero da realidade vivida nas periferias, especialmente na Zona Norte, uma região que muitas vezes é marginalizada e esquecida pelas políticas públicas. A introdução da música já estabelece um tom pessoal e íntimo, com G8 expressando a dificuldade de descrever a complexidade da vida na Zona Norte, sugerindo que a música é uma extensão da vivência de seus habitantes.

No verso, Sant descreve a dura realidade das ruas, onde a falta de oportunidades e a presença constante da violência são temas recorrentes. A referência à ausência de diplomas e a predominância de favelas em relação a prédios apontam para a negligência educacional e habitacional. A música também aborda a questão da segurança, onde cada passo pode ter um preço alto e a possibilidade de recomeço é quase inexistente. A menção aos 'milícias' indica a presença de grupos paramilitares que controlam certas áreas, alterando a dinâmica e a segurança do local.

A crítica social se aprofunda quando Sant menciona a estátua do Cristo Redentor, um símbolo icônico do Rio de Janeiro, que está de braços abertos mas de costas para a comunidade que ele representa. Isso simboliza a indiferença da sociedade em relação aos problemas enfrentados pela Zona Norte. A música termina com uma reflexão sobre os valores distorcidos da sociedade, onde o respeito é medido pelo poder aquisitivo e bens materiais, mas apesar de tudo, há um amor incondicional pela sua zona, um sentimento de pertencimento e identidade que transcende as adversidades.