Wildfires

Resistência e esperança diante do racismo em “Wildfires”

Em “Wildfires”, Sault utiliza a imagem dos incêndios florestais para ilustrar a força e a propagação da indignação diante do racismo sistêmico e da brutalidade policial, especialmente após o assassinato de George Floyd. O verso inicial, “Thief in the night, Tell the truth, White lives, Spreading lies” (“Ladrão na noite, diga a verdade, vidas brancas, espalhando mentiras”), denuncia a manipulação de narrativas e o encobrimento de crimes cometidos por agentes do Estado, refletindo as falsas justificativas frequentemente usadas para minimizar casos de violência contra pessoas negras.

A letra carrega um tom de denúncia e luto coletivo, como em “We are dying, it's the reason we are crying” (“Estamos morrendo, é por isso que estamos chorando”), expressando a dor e o sofrimento contínuos da comunidade negra. Ao mesmo tempo, a música destaca a resiliência e a recusa em ceder ao medo: “But we will never show fear, Even in my eyes, I will always rise, In wildfires” (“Mas nunca mostraremos medo, mesmo nos meus olhos, sempre me levantarei, em incêndios”). O fogo representa tanto a destruição causada pela opressão quanto a energia vital da resistência, sugerindo que, mesmo diante da violência, a luta por justiça e dignidade permanece viva e crescente. O refrão reforça essa dualidade entre vulnerabilidade e força, tornando “Wildfires” um símbolo de resistência e esperança em meio à adversidade.