Qui Nem Giló (Saudade) (feat. Arto Lindsay)

A Dualidade da Saudade em 'Qui Nem Giló' de Selton

A música 'Qui Nem Giló (Saudade)' de Selton, com participação de Arto Lindsay, explora a complexidade da saudade, um sentimento profundamente enraizado na cultura brasileira. A letra aborda duas facetas distintas da saudade: a lembrança nostálgica de um amor perdido e o sofrimento causado pelo desejo de reencontrar alguém especial. No primeiro caso, a saudade é vista como algo positivo, uma forma de lembrar os bons momentos e se convencer de que a felicidade existiu, mesmo que temporariamente. Essa perspectiva é quase terapêutica, permitindo que a pessoa se sinta feliz por ter vivido algo significativo, sem se prender ao sofrimento.

Por outro lado, a música também fala sobre a saudade que machuca, comparando-a ao amargor do giló. Quando a saudade se transforma em um desejo incessante de rever alguém, ela se torna dolorosa e difícil de suportar. Essa dualidade é expressa de forma poética e sincera, mostrando como a saudade pode ser tanto um consolo quanto uma fonte de sofrimento. A repetição do refrão 'Saudade, o meu remédio é cantar' sugere que a música e a arte são formas de lidar com essa dor, transformando o sofrimento em algo belo e compartilhável.

A inclusão de versos em inglês amplia o alcance da mensagem, permitindo que ouvintes de diferentes culturas compreendam a profundidade desse sentimento. A colaboração com Arto Lindsay, conhecido por sua fusão de música brasileira com influências internacionais, enriquece ainda mais a canção, trazendo uma perspectiva global para um tema tão brasileiro. A música, portanto, não só celebra a saudade como parte da experiência humana, mas também oferece uma forma de transcendê-la através da arte.