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Deus e o Diabo Na Terra do Sol

Sérgio Ricardo

LetraSignificado

    Romance do Deus Diabo

    I
    Anunciando ao público, marcante e lento:

    Vou contar uma história
    Na verdade e imaginação
    Abra bem os seus olhos
    Pra enxergar com atenção
    É coisa de Deus e Diabo
    Lá nos confins do sertão

    Narrativo, lento:

    Manuel e rosa
    Vivia no sertão
    Trabalhando a terra
    Com as própria mão
    Até que um dia -pelo sim pelo não-
    Entrou na vida deles
    O santo Sebastião
    Trazia a bondade nos olhos
    Jesus Cristo no coração

    Agitado, na feira:

    Sebastião nasceu do fogo
    No mês de fevereiro
    Anunciando que a desgraça
    Ía queimar o mundo inteiro
    Mas que ele podia salvar


    Quem seguisse os passos dele
    Que era santo e milagreiro
    Que era santo
    Que era santo
    Que era santo e milagreiro

    Fúnebre, triste, lento:

    Meu filho, tua mãe morreu
    Num foi da morte de Deus
    Foi de briga no sertão, meu filho
    Dos tiro que o jagunço deu

    II
    Lento, dramático:

    Jurando em dez estrelas
    Sem santo Padroeiro
    Antonio das mortes
    Matador de cangaceiro
    Matador de cangaceiro!
    Matador, matador
    Matador de cangaceiro!

    III
    Narrativo, despertando, anunciando:

    Da morte do monte Santo
    Sobrou Manuel Vaqueiro
    Por piedade de Antonio
    Matador de cangaceiro
    A estória continua
    Preste lá mais atenção
    Andou Manuel e Rosa
    Pelas veredas do sertão
    Até que um dia -pelo sim pelo não-
    Entrou na vida deles
    Corisco o diabo de Lampião

    IV
    Narrativo, triste, evocado da morte:

    Lampião e Maria Bonita
    Pensava que nunca
    Que nunca morria
    Morreram na boca da noite
    Maria Bonita
    Ao romper do dia

    V
    Trágico, anunciando desgraças:

    Andando com remorso
    Sem santo Padroeiro
    Volta Antonio das Mortes
    La ia la ii
    Vem procurando noite e dia
    La ia la ii
    Corisco de São Jorge
    La ia la ii

    VI
    Anunciando o final trágico:

    Procurou pelo sertão
    Todo o mês de fevereiro
    O Dragão da Maldade
    Contra o santo Guerreiro
    Procura Antonio das Mortes
    Procura Antonio das Mortes
    Todo o mês de fevereiro

    VII
    Em diálogo, feroz, ritmo de luta:

    - Se entre Corisco
    - Eu não me entrego não
    Eu não sou passarinho
    Pra viver lá na prisão
    - Se entrega Corisco
    - Eu não me entrego não
    Não me entrego ao tenente
    Não me entrego ao capitão
    Eu me entrego só na morte
    De parabelo na mão
    - Se entrega corisco
    - Eu não me entrego não

    VIII
    Vivaz, alegre
    Farrea, farrea povo
    Farrea até o sol raiar
    Mataram Corisco
    Balearam Dadá (bisÂ…)
    O sertão vai virá mar
    E o mar virá sertão

    Tá contada a minha estória
    Verdade e imaginação
    Espero que o sinhô
    Tenha tirado uma lição
    Que assim mal dividido
    Esse mundo anda errado
    Que a terra é do homem
    Num é de Deus nem do Diabo (bis)

    Composição: Glauber Rocha / Sérgio Ricardo. Essa informação está errada? Nos avise.

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