Eu Que Me Resolva Com Meu Ego

Ironia e autocrítica em "Eu Que Me Resolva Com Meu Ego"

"Eu Que Me Resolva Com Meu Ego", de Seu Pereira, explora com ironia e sinceridade o impacto emocional de um término. Logo no início, o eu lírico questiona a necessidade de entender o motivo do fim, rejeitando explicações clichês como "o problema não é você, sou eu". O tom descontraído, misturado à melancolia, aparece especialmente quando ele vê a ex-parceira feliz com outra pessoa, o que contradiz a justificativa dada para o término. O trecho “Se o problema é você / Então por que ontem lhe vi / De mãos dadas, num tom tão leve, feliz?” destaca essa contradição e reforça a perplexidade do protagonista diante da situação.

O título e o refrão, "Eu que me resolva com meu ego", resumem o conflito principal: a necessidade de lidar com o orgulho ferido e a autocrítica após o fim do relacionamento. O eu lírico reconhece que precisa superar o próprio ego e evitar comparações depreciativas, como quando afirma que o novo parceiro é "um tiquinho pior". A melancolia se aprofunda nos versos que lamentam as "canções que nunca nascerão / No chão do nosso amor jardim", uma metáfora para os sonhos e possibilidades perdidas. O uso de linguagem coloquial e a autodepreciação tornam o tema mais leve e próximo da experiência de quem já passou por uma separação.