Mirage (part. Gims et Ozuna)

Desejo e ilusão em "Mirage (part. Gims et Ozuna)"

"Mirage (part. Gims et Ozuna)", de Sfera Ebbasta, explora a frustração de se envolver em relações que parecem intensas, mas acabam sendo ilusórias. A metáfora da miragem é central, mostrando como expectativas e desejos podem ser enganosos. O verso “Ce que tu fais n'est pas ce que tu dis” (O que você faz não é o que você diz) destaca a contradição entre palavras e atitudes, reforçando a desconfiança e a incerteza que permeiam o relacionamento. A letra aborda aparências enganosas e infidelidade, evidenciando o desejo não correspondido e a dificuldade de confiar, mesmo diante de gestos de sedução, como em “Jogando de um jeito só pra ver eu me contrariar” e “depois falou que é só amizade”.

A música também fala sobre a distância emocional e física, expressa em versos como “Tentar te alcançar / Não poder te tocar / Essa distância é difícil pra mim” e “Me está matando no saber de ti”. O cotidiano aparece nos detalhes dos rituais de beleza e encontros, como “Passa a hora na frente do espelho / Mexe no batom e no cabelo”, mostrando como pequenos gestos alimentam expectativas. Sfera Ebbasta traz uma visão de insegurança ao questionar “Che cosa ci vedi in me? / Sono un tipo della street”, reconhecendo diferenças de origem e a sensação de não pertencimento. O refrão em francês reforça a ideia de que o relacionamento é uma ilusão, algo que desaparece ao tentar ser alcançado, deixando apenas dúvidas e ausência.