O Que Não Há

Cheguei, mulher, traz meu café
Que eu já sentei no sofá
Trabalhei o dia todo
E o jogo tá que tá

Senta aqui, o jogo já tá
Quase no final
Só não vem com papo estranho
De estranhar e coisa e tal

Tudo está melhor
Embora só pra quem merece
Foi Deus que quis assim, mulher
Tu vê se não te esquece

Pode ter certeza
Tudo agora anda aprumado
Vamos respirar
Depois de tanto tempo imprensado

Junta tudo e vê
Que está melhor, tu reconhece
Foi Deus que quis assim, mulher
Mas só pra quem merece

Te dei até um livro
E vê se lê, é bem legal
Você possui a chave
Do sucesso pessoal

Diga a dona Rita
Que ela já pode dormir
Mas se acorde cedo
Que amanhã bem cedo eu vou sair

De manhã eu nem falei pra tu
Daquele espelho
Olho nele e vejo
Um bicho escuro e muito vermelho

Toda vez que eu passo
Eu fico estranho de repente
Tem alguma coisa errada
Ou nele ou na gente

Aquele espelho, amor (é violência)
É um horror (é violência)
Tem cheiro e tem cor (é violência)
E vai aonde eu for (é violência)

Toda vez que eu passo eu vejo nele a minha cara perguntando

Quanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver sem tanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver

Quanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver sem tanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver

Quanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver sem tanta violência
Dá pra fingir que não há
Pra daí achar que dá
Pra viver