Everybody Knows

Desilusão e crítica social em “Everybody Knows” de Sigrid

Na interpretação de Sigrid para “Everybody Knows”, o tom sóbrio e cínico da versão original de Leonard Cohen é mantido, ressaltando uma sensação de resignação diante das injustiças sociais e pessoais. Logo no início, a letra deixa claro que há uma percepção generalizada de manipulação e desigualdade: “Everybody knows the fight was fixed / The poor stay poor, the rich get rich” (Todo mundo sabe que a luta foi manipulada / Os pobres continuam pobres, os ricos ficam mais ricos). Essa franqueza direta reforça a ideia de que a corrupção e a desilusão já não surpreendem mais ninguém, sendo vistas como verdades universais e inevitáveis.

O refrão “Everybody knows” (Todo mundo sabe) serve como um lembrete constante de que essas realidades desconfortáveis são de conhecimento geral, mas raramente enfrentadas. A música mistura críticas sociais com questões pessoais, como nas passagens sobre infidelidade e desconfiança: “Everybody knows that you’ve been faithful / Oh, give or take a night or two” (Todo mundo sabe que você tem sido fiel / Ah, tirando uma noite ou outra). O sarcasmo e a ironia aparecem também em temas históricos e raciais, como em “Old Black Joe’s still picking cotton / For your ribbons and bows” (O velho Black Joe ainda colhe algodão / Para seus laços e fitas), apontando para a persistência de injustiças mesmo nos dias atuais. No final, a canção sugere um colapso iminente, misturando referências religiosas e culturais para mostrar que, apesar de todos saberem dos problemas, pouco é feito para mudá-los.