Soprou (part. Criolo)

Espiritualidade e ancestralidade em “Soprou (part. Criolo)”

Em “Soprou (part. Criolo)”, Silva e Criolo unem referências à cultura afro-brasileira para criar uma música que vai além do sentimento pessoal, explorando temas de espiritualidade, ancestralidade e acolhimento. Termos como “Ijexá” e “Airá” aparecem na letra, conectando a canção ao candomblé: “Ijexá” remete ao ritmo tradicional das celebrações religiosas, trazendo uma atmosfera de alegria e celebração, enquanto “Airá” faz referência a um orixá, reforçando a ligação com a força dos elementos naturais, como o vento e o mar, presentes em versos como “Hoje o vento soprou” e “Troveja na areia / Na beira do mar”.

A letra transmite uma sensação de paz e renovação, simbolizada pelo vento que “soprou” e pelo nascer do sol, sugerindo recomeço e esperança: “Mais um dia raiou / Quando o Sol levantou / Eu fui te procurar”. A busca por algo maior — seja uma presença espiritual, um amor ou a paz interior — aparece em imagens de horizonte, céu e brisa. Trechos como “Traz pra mim / Teu louvor / Reza de fé / Unidade nagô” destacam a importância da fé e da união nas tradições afro-brasileiras. Já “Haja Ori / Pra cuidar / Do tanto de quero que tem pra mirar” faz referência ao conceito de Ori, que representa a cabeça, o destino e a consciência no candomblé, sugerindo a necessidade de autoconhecimento e equilíbrio diante dos desejos e desafios da vida.

A parceria entre Silva e Criolo reforça a mensagem de integração e respeito às raízes, misturando estilos e vozes para celebrar a diversidade e a espiritualidade brasileira. O clima sereno da música, aliado às imagens de vento, mar e luz, convida o ouvinte a se reconectar com sua essência e com as forças da natureza.