Flores

A dualidade entre delicadeza e força em “Flores”

Em “Flores”, Silvana Estrada utiliza uma melodia suave para criar um contraste com a intensidade emocional da letra, destacando a dualidade entre delicadeza e força que permeia a canção. A metáfora das flores representa sentimentos que não conseguem se desenvolver em um relacionamento que já não tem mais futuro. Esse simbolismo ganha ainda mais profundidade quando relacionado ao contexto pessoal da artista, que compôs a música em meio ao luto e à busca por autolibertação após vivenciar perdas significativas.

Trechos como “Viviendo a la sombra de otro amor” (Vivendo à sombra de outro amor) e “Si acaso mi cariño es un dilema, toma fuerza o déjalo morir” (Se acaso meu carinho é um dilema, ganhe força ou deixe-o morrer) evidenciam a dor de permanecer em uma relação onde o afeto não é plenamente correspondido. O refrão “Que donde no crecen flores, yo no canto” (Onde não crescem flores, eu não canto) funciona como um manifesto de autenticidade: Silvana Estrada deixa claro que não pode expressar sua arte ou seu amor em ambientes que não permitem crescimento. Dessa forma, “Flores” se torna um convite para reconhecer o momento de partir, valorizando a dignidade e a possibilidade de recomeço, mesmo diante da dor.