Balanço
Silvestre Kuhlmann
Quando chegar ao fim a minha vida
Toda cheia de curvas e de dobras
Ah! Não contes, Senhor, as minhas obras
A ver se a recompensa é merecida!
Minha justiça é logo corrompida
Minhas boas ações, apenas sobras
Eu fui um fariseu: Minhas manobras
São ruínas em pó, massa falida
Quando chegar ao fim destes meus dias
Sei que terei as minhas mãos vazias
E a túnica bem rota de um mendigo!
E, por saber que tudo logo passa
Eu me abandono inteiro à tua Graça
Pois só o Amor eu levarei comigo
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