Dentro de Un Siglo

Dentro de Um Século

Dentro de Un Siglo

Ai! por essas mesmas ruasAy! por esas mismas calles
que cresceram com a genteque han crecido con nosotros
passa o que vai chegar, eu sei.pasa lo que va a venir, lo sé.
Esses ônibus lotadosEsos ómnibus cargados
esses cinemas abarrotadosesos cines atestados
essas luzes, coitadas, vão se apagar.esas luces, pobres, se ancharán.

Vivemos a pré-históriaVivimos la prehistoria
do futuro mascaradodel futuro enmascarado
na circunstância do amor.en la circunstancia del amor.
Quantos rituais naturaisCuántos ritos naturales
encherão os novos trajesllenarán los nuevos trajes
e quantos demônios vão ficar,y cuántos demonios quedarán,
também sei.también lo sé.

Vão nascer os novos filhosNacerán los nuevos hijos
dos seus velhos paisde sus viejos viejos padres
e talvez seremos o pior.y quizás seremos lo peor.
Nossas mesmas agoniasNuestras mismas agonías
vamos semear nos seus diassembraremos en sus días
como velha geração.como vieja ya generación.

Os poetas vamos amarLos poetas amaremos
em virtude do seu cinismoen virtud de su cinismo
porque nossa vida custou caro.porque nuestra vida nos costó.
E teremos nossos mortos,Y tendremos nuestro muertos,
nossa história e um desertonuestra historia y un desierto
imaginário, pra sempre defender de Deus.imaginario, para defender siempre de Dios.

E seremos feios e bonitosY seremos feos y hermosos
como, afinal, sempre foram todoscomo, en fin, han sido todos
cheios de defeitos e virtudes.llenos de defectos y virtud.
Nunca seremos perfeitosNunca seremos perfectos
mas nunca vamos deixarpero nunca dejaremos
de tentar ser, por amor.de tratar de serlo, por amor.

Das tabelas de valoresDe las tablas de valores
cada vez vamos saber menoscada vez sabremos menos
tudo cabe num mundo sem fome.todo cabe en un mundo sin hambre.
Dentro de um século seremosDentro de un siglo seremos
essa história de colégioesa historia de colegio
que entedia as crianças porque jáque aburre a los niños porque ya
já passou.ya pasó.