Sete Coroas (7 Coroas)

Sinhô transforma lenda urbana em samba em “Sete Coroas (7 Coroas)”

“Sete Coroas (7 Coroas)”, de Sinhô, retrata a história de um criminoso real do Morro da Favela, transformando-o em uma figura quase mítica dentro do imaginário popular carioca. O apelido do personagem faz referência ao roubo de coroas de um túmulo, episódio que marcou o início de sua trajetória no crime. A letra cria um clima de suspense e tensão ao trazer versos como “É noite escura / Yayá, acende a vela!”, que evocam o ambiente precário e perigoso das noites na favela, ao mesmo tempo em que inserem elementos do cotidiano local, como o pedido para acender uma vela.

Sinhô adota um tom descontraído e direto para narrar a fama e a coragem de Sete Coroas, como se contasse uma história conhecida entre os moradores: “E o homenzinho / É perigoso! / Sete Coroas / Nasceu no Barroso!”. A referência ao Barroso reforça a identidade local e a ligação com a malandragem carioca. Trechos como “Não se incomode / Seu inspetor / Que eu sozinho / Prendo malfeitor” ironizam a ineficácia da polícia diante da astúcia do criminoso, enquanto “E a polícia! / Já tonteou / Mas, Sete Coroas / Meia dúzia! / Já matou” destaca a fama de violência e impunidade do personagem. Assim, a música funciona como uma crônica social e uma celebração da cultura da favela, misturando realidade e mito em um samba marcante.