Baby's Got Back (I Like Big Butts)

Celebrando corpos reais em "Baby's Got Back (I Like Big Butts)"

"Baby's Got Back (I Like Big Butts)", de Sir Mix-A-Lot, vai além de um simples elogio a nádegas volumosas. A música é uma resposta direta à pressão cultural por corpos magros e à falta de representatividade de mulheres curvilíneas na mídia dos anos 90. Logo na introdução, a conversa entre duas mulheres criticando outra por seu corpo expõe a crítica aos padrões de beleza impostos, preparando o terreno para a celebração das curvas ao longo da letra. O verso “I'm tired of magazines / Sayin' flat butts are the thing” (Estou cansado das revistas / Dizendo que bumbuns pequenos são o ideal) mostra o incômodo do artista com publicações como a Cosmopolitan, que promoviam um padrão restrito, enquanto ele valoriza corpos "reais, thick and juicy" (reais, cheios e suculentos).

A frase marcante “L.A. face with an Oakland booty” (Rosto de Los Angeles com bumbum de Oakland) mistura referências geográficas para criar uma imagem de beleza que une o rosto considerado padrão californiano com o corpo mais curvilíneo associado à cultura negra de Oakland. Assim, a música desafia também questões raciais e regionais sobre o que é considerado atraente. Sir Mix-A-Lot já afirmou que se inspirou na ausência de mulheres como Jennifer Lopez na mídia e que sua intenção era empoderar quem era marginalizada por não se encaixar no padrão. O refrão “My anaconda don't want none unless you've got buns, hun” (Minha anaconda não quer nada a menos que você tenha bumbum, querida) usa humor e duplo sentido para reforçar a preferência por curvas e ironizar a obsessão pela magreza. Com tom descontraído e bem-humorado, "Baby's Got Back" se tornou um hino de aceitação e autoestima para mulheres curvilíneas.