Words From Osun

Espiritualidade e resistência em "Words From Osun" de Skrilla

Em "Words From Osun", Skrilla explora a relação entre espiritualidade e sobrevivência em meio à violência urbana. A referência direta a Osun no verso “'Cause I know Osun not a lie” (Porque eu sei que Osun não é mentira) mostra como o artista encontra força e sentido em sua conexão com essa divindade. Osun, orixá associada à água doce, ao amor e à prosperidade na tradição da Santeria, simboliza proteção e verdade para Skrilla, servindo de contraponto à dureza da vida nas ruas da Filadélfia, evidenciada em versos como “I been in the field where niggas dyin'” (Eu estive no campo onde pessoas estão morrendo) e “Your brother died and you just let your mama cry” (Seu irmão morreu e você só deixou sua mãe chorar).

A letra mistura relatos de violência, uso de drogas e luta diária, como em “I just popped a Perc', I popped a blue, just gasoline'd the cold” (Acabei de tomar um Percocet, tomei um azul, só aqueci o frio) e “Chop-chop-chopper to his temple, grrah, grrah, grrah” (Metralhadora na têmpora dele, grrah, grrah, grrah). Ao mesmo tempo, Skrilla destaca sua identidade múltipla no trecho “My brother vato, I'm a slime, two different lanes” (Meu irmão é vato, eu sou slime, duas vidas diferentes), mostrando a convivência entre suas raízes mexicanas e afro-americanas. Ao citar Osun, ele reforça que, apesar do caos ao redor, mantém uma base espiritual sólida, usando a fé como âncora e fonte de esperança. Assim, a música se torna um retrato honesto da realidade urbana e uma afirmação de orgulho e resistência cultural.