Columbine (feat. $kynd)

O trauma coletivo e a crítica social em “Columbine (feat. $kynd)”

Em “Columbine (feat. $kynd)”, SKYND opta por dar voz às vítimas e sobreviventes do massacre de Columbine, evitando qualquer tipo de glorificação dos autores do crime. Essa escolha traz um peso emocional intenso à música, ressaltando o impacto coletivo e o trauma duradouro que tiroteios escolares deixam na sociedade. Frases repetidas como “Get up, ready, mark, shoot” (Levante-se, prepare-se, mire, atire) e “How many victims is we 'bout to lose?” (Quantas vítimas estamos prestes a perder?) reforçam a ideia de que a violência se tornou algo rotineiro e banalizado, quase como um jogo perverso, evidenciado também no verso “Bombs and bullets, it's just a game we play” (Bombas e balas, é só um jogo que jogamos). Essa abordagem mostra como a violência pode ser tratada de forma mecânica e desumanizada, aumentando o horror do acontecimento.

A música transforma o ambiente escolar em um verdadeiro campo de batalha, como nos versos que citam “battle grounds” (campos de batalha) e “baby soldiers” (soldados crianças), destacando a perda da inocência e a distorção de um espaço que deveria ser seguro. O uso do som “Ra-ta-ta-ta” simula disparos de armas, criando uma atmosfera opressiva e angustiante. A participação de $kynd adiciona agressividade e urgência à narrativa. Ao não mencionar os nomes dos atiradores, a música evita dar notoriedade aos responsáveis e direciona o foco para o sofrimento das vítimas, ampliando a crítica à recorrência dessas tragédias e à forma como a sociedade lida com elas.