BEAT UP CHANEL$

Contrastes de desejo e autenticidade em “BEAT UP CHANEL$”

Em “BEAT UP CHANEL$”, Slayyyter explora a tensão entre ostentação e autenticidade. A repetição do desejo por "beat-up chanels" — bolsas Chanel usadas e gastas — revela que, apesar de toda a exibição de marcas de luxo, festas e excessos, existe uma busca por algo verdadeiro e vivido. Slayyyter cita explicitamente grifes como Chanel, Celine e Supreme para mostrar tanto o fascínio adolescente pelo status quanto a superficialidade desse universo. Esse contraste fica ainda mais evidente quando ela menciona suas experiências em estacionamentos e skate parks, lugares onde o luxo era apenas um sonho distante, não uma realidade.

A música mistura hedonismo e desapego, deixando claro que o prazer imediato — como em "sex, money, bitches, and the stickiest weed" (sexo, dinheiro, garotas e a maconha mais potente) — serve como proteção contra relações profundas ou vulnerabilidade. O tom direto de versos como “Don't try fucking with me, boy, I don't want it” (Não tente se meter comigo, garoto, eu não quero isso) e “I don't give a damn, don't you understand?” (Eu não dou a mínima, você não entende?) reforça a postura de independência e desinteresse por romance, preferindo a liberdade e o caos das festas. No entanto, a frase "I want something for real" (Eu quero algo de verdade), repetida como um mantra, revela uma insatisfação oculta. Por trás da fachada de ostentação e rebeldia, existe o desejo sincero por experiências e conexões autênticas, mesmo que imperfeitas, como as "beat-up chanels".